sexta-feira, 5 de março de 2010

O MÍSTICO NORDESTE-SUCUPIRA DE TODOS OS ODORICOS














Odorico Paraguaçu muito bem sentado e sorridente no seu gabinete


Mistificar o Nordeste tem duas serventias. A primeira delas o auto-engano dos habitantes locais que se cegam com furos nos olhos para cantar melhor a canção da ufania: equivocada, sem qualquer conexão com a realidade, muito bem representada pela “pérola” que é a letra de Bráulio Tavares e Ivanildo Vilanova intitulada de “Nordeste Independente”.

“Já que existe no sul esse conceito
Que o nordeste é ruim, seco e ingrato
Já que existe a separação de fato
É preciso torná-la de direito
Quando um dia qualquer isso for feito
Todos dois vão lucrar imensamente
Começando uma vida diferente
De que a gente até hoje tem vivido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente...”

Não conheço nada tão “sem pé e sem cabeça” quanto a letra em tela, ao mesmo tempo tão esclarecedora do espírito imbecilizado e ufanista reinante no Nordeste. Só quem supera esse besteirol é o ideário do Éden amazônico imperante no imaginário nacional sobre o Norte que, diga-se de passagem, é de longe a Região mais pobre do país causando problemas geopolíticos bem sérios.

Por extensão e numa relação promíscua, a mistificação do Nordeste serve muitíssimo aos políticos de todos os partidos da Região (os Odoricos Pararaguaçu modernos) que, em bloco, retiram das suas costas quaisquer responsabilidades quanto ao presente e ao futuro de nove estados cuja geografia mais que variada vai do Norte, no Maranhão, ao Sudeste do sul da Bahia, passando por pedaços de Centro-Oeste (partes do Maranhão, Piauí e Bahia). Diversidade, gigantismo, miséria, ufanismo e Odoricos Paraguaçu em profusão.

Se reconhecer não deve ser sinônimo de se depreciar. Ao contrário, é não se enganar para atacar tudo que nos torna deficientes. Somos cardiopatas diabéticos que combatemos nossas doenças com cigarro, bebida, gordura, açúcar e umas injeções de insulina, caminhadas que em nada ajudam, folhas de alface de vez em quando e a segurança fantasiosa que estamos bem porque decidimos achar que estamos bem.

Uma imensa Sucupira contemporânea, cheia de Odoricos. Mas evoluímos. Ao contrário da velha Sucupira, nossos cemitérios estão abarrotados de cadáveres da miséria não pensada, não refletida, não combatida. Já os Odoricos, estes se enterram em nobres empreendimentos imobiliários para a vida eterna, hoje espalhados pelas Sucupiras mais dinâmicas da Região.

Dias Gomes se foi. Odorico e Sucupira permanecem mais vivos do que nunca, com a diferença de que Odorico não é mais chamado de coronel, adjetivo politicamente incorreto: agora ele é doutor. O velho Odorico que andava com as Irmãs Cajazeiras, transformou-se num pedófilo disfarçado em seu harém de garotas e garotos de 13, 14 anos pra frente (25 anos já é velhice). No mais todos os cemitérios estão muito bem inaugurados: se expandem e se exportam. Quem não mudou muito foi a oposição, faladora e sem conteúdo.

Qualquer proposta efetivamente transformadora para a região passa pela vigília, cobrança de resultados e probidade administrativa gradativa dos Odoricos com a imediata punição dos culpados de improbidade administrativa. Por outro lado, uma nova fase de atuação do Estado Nacional de inversões na produção de biocarburantes como eixo estruturante, é a única forma de homogeneizar a criação de riqueza real por todo o Nordeste. Não há outra atividade (simplesmente não há) que possa reverter a situação de eterna miséria e choradeira, devidamente estimuladas por Odoricos em nome das suas Sucupiras.



Acesse http://www.youtube.com/watch?v=wvJY8RvWby4 e assista ao histórico-cultural discurso de campanha de Odorico Paraguaçu para prefeito de Sucupira.

Homenagem a Dias Gomes e Paulo Gracindo.Diamantes deste país, minha imensa saudade.

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