segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Sexy appel?

Por: Narayana Ribeiro


Faz pouco tempo, eu estava me lembrando de uma vez em que eu chorava por ter brigado com um namoradinho. Na época, meu melhor amigo, Jonatas, perguntou-me o que havia acontecido. Depois que contei toda a história ele, ao invés de me abraçar, colocou suas mãos em meus ombros e disse me encarando: “Narayana, toda mulher tem um poder. É só saber usar.”

Desde essa época eu tive a sorte de conviver, sempre, com homens de verdade, desses que sabem apreciar a beleza e a sensualidade complexas e sofisticadas, entendendo que apenas peitos e bundas sarados não fazem uma mulher de verdade.

Depois que eu aprendi a usar o meu “poder”, nunca mais precisei correr de chuva para não desmanchar escova, nem tampouco tive vergonha de minha cara amassada pela manhã. E devo isso a esses homens maravilhosos, que me garantem que nada é mais sexy que uma mulher que tenha auto estima, que se ache sexy.

Ainda assim, fico triste por me deparar com uma ou outra amiga se deixando ficar para baixo por não alcançar um ideal de beleza que vemos nas revistas masculinas. Claro que toda mulher deve se cuidar. Exercício físico e higiene são fundamentais. Mas não podemos nos deixar guiar por uma premissa de que tudo que conta é corpinho sarado.

Por isso não se pode comparar uma mulher real, uma mulher de verdade, a uma que tem a presunção de achar ou insinuar que sexo é “estético”. Já pensou ter alguém que na cama está preocupado com as dobrinhas na barriga, senhores? Posso apostar que nessas horas vocês nem pensam nisso: na cama, ou a pessoa se entrega e curte o momento ou o ato se torna mecânico.

Poucos se excitam sexualmente por pessoas mecânicas, e, quando isso acontece, deve ser algo periférico. Diferente do que se sente quando se está com alguém que nos faz sentir como se o mundo parasse e que aciona nossos sensores do “eu me garanto” fazendo surgir a consciência de que somos realmente importantes, habilidosos, notáveis e atraentes. Isso é o que realmente vale à pena, não é, senhores?


Um beijo.
Texto originalmente publicado em http://abrolosolhos.blogspot.com

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