
Se quer conhecer-me
Sou eu - a puta da cidade.
A fornecedora
da rua de Baixo
onde nunca te proibirei de passar
onde o ar é doce e floral
e as línguas pedem línguas
que murmuram eu te quero...
te quero puta...
"Quero a puta, quero a puta".
Te sorrio com dentes largos
de longe, de perto, com o corpo
num abrir constante
de boca, de pele, de olhos
tudo quente... puta ardente.
É preciso suar a noite inteira
sem parar, sem cansar
de suar e de cansar
Vem, poeta, que eu sei
o gosto do seu desejo
o gosto do seu gosto
o gosto do seu gozo
Vem, menino, que eu te ensino
o saber que todo menino busca
quando me busca.
Em resposta ao poema "A puta", do poeta.
Dedicado a Carlos Drummond de Andrade
16/10/2009
Texto originalmente publicado em Notívaga Noturna
Sabe o que me disseram?
ResponderExcluirQue ele, Drummond, se reviraria no túmulo ao ler meu poema... entendi como elogio...
Adoro você querido...
beijo beijo
Camila