domingo, 20 de outubro de 2013

Uma história incômoda e mórbida

Uma história contada mas encoberta, fria e macabra

Que a verdade histórica não existe a teoria do conhecimento já sabe. Daí que Buracodoido decidiu tratar de um tema interessante: a segunda guerra mundial, o comunismo e a guerra fria. Existe amplo material bibliográfico e audiovisual sobre o assunto, mas infelizmente muito distante do grande público. A “guerra fria” (que de fria nada teve) aparece na grande mídia como um bloco completamente deslocado da segunda guerra, quando na verdade não apenas é produto da segunda guerra como começou ainda na segunda guerra.
Sem delongas, Hitler não tinha nenhuma pretensão imperialista, salvo um pedaço da Ucrânia que considerava fundamental para a nação Alemã. Sua plataforma geopolítica era clara: 1) A revisão do Tratado de Versalhes que de fato destruiu o povo alemão por mero gosto francês após a primeira guerra mundial; 2)O corredor de Danzig: pelo tratado de Versalhes a Polônia recebera, às custas da Alemanha, uma faixa de terras, para ter acesso ao mar Báltico, porém com isso a Prússia ficara isolada da Alemanha e a cidade de Danzig, uma cidade alemã, foi declarada cidade livre, sob administração polonesa. A Alemanha achava certo a Polônia ter uma saída marítima, porém reivindicava um corredor ferro-rodoviário que a ligasse a Danzig e à província da Prússia.; 3)A eliminação do comunismo, praga que assolou a Europa e que desestabilizou completamente a Alemanha pré-hitlerista; 4) A expulsão dos judeus da Alemanha, uma causa não apenas alemã, mas européia desde a queda de Granada em 1492, abraçada por católicos e reformistas como Lutero com a mesma virulência : A EUROPA ERA ANTISEMITA!
Sobre a guerra todos nós sabemos: a Alemanha foi destroçada. A questão é saber o motivo de uma guerra que não teve fim, tendo em vista que antes do fim o bloco vencedor “doou” a Europa e a Ásia aos comunistas, causando caos e morte durante mais 40 anos sob o mando de criminosos como Stálin e Mao Tsé Tung.
Chega a ser quase inacreditável  que em 1946 por convite do presidente estatudinense Harry Truman. o sempre descarado Winston Churchill tenha declarado em 5 de março de 1946 na cidade natal de Truman que: “Desde Stettin à ponta do Báltico, de Triest até o Adriático uma cortina de ferro tenha caído em todo o continente nos antigos estados da Europa central e oriental. Com a exceção da Commonwealth britânica e os EEUU onde o comunismo não se encontra muito desenvolvido  os partidos comunistas da quinta coluna constituem um desafio cada vez maior e um perigo para a civilização cristã. Quaisquer que sejam as conclusões desses fatos, os fatos existem e esta não é a Europa libertada pela qual lutamos. Nem sequer contem os elementos essenciais para uma paz permanente.”  

Churchill discursa nos EUA e anuncia em 1946 a "cortina de ferro"

Como este canalha com outro canalha de nome Roosevevelt poderiam ter se enganado tanto com um regime assassino instalado em 1917, a URSS? Ora, antes de Hitler, a República de Weimar já havia rechaçado veementemente qualquer perspectiva comunista por um motivo muito simples: a Alemanha estava próxima demais da Rússia e conhecia bem todos os massacres perpetrados por Trotsky (o maior artífice da revolução e criador tanto do exército vermelho como dos primeiros aparatos de campos de concentração, polícia secreta e campos de extermínio bolcheviques) , Lénin (o primeiro a criar um esquema de genocídio através da sua coletivização do campo) e depois Stálin (a cereja do bolo). Daí que, ao nosso ver, a mais absurda das conferências entre dos “aliados” foi a de Casablanca (Marrocos) ocorrida entre 14 e 24 de janeiro de 1943, onde americanos e ingleses decidiram por uma guerra incondicional contra a Alemanha e o Japão, ou seja, decidiu-se travar uma guerra total na qual japoneses e alemães não poderiam solicitar qualquer tratado de paz: foram arrastados a um confronto total do qual só poderiam sair destruídos. O grande beneficiado do tratado? Stálin e, futuramente, Mao.


O incrível tratado de Casablanca

Um exemplo quase surreal da inevitabilidade da guerra promovida pelos EUA e a Inglaterra foi o dramático vôo de Hess. Rudolf Hess (Deputado do Parlamento Alemão e membro do Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores da Alemanha) na noite de 10 de maio de 1941 (quando o conflito poderia ter fim) cometeu o crime de equipar um avião apenas com tanques de gasolina para chegar à Inglaterra e tentar com seus contatos diplomáticos impedir o conflito. Foi preso, sua proposta de paz recusada de pronto por Churchill e viveu o seu martírio no pós-guerra até a morte na fortaleza de Spandau-Berlim,até sua morte  em 1987 aos 93 anos,  pelo único crime de pretender a paz. Ironicamente o Tribunal Nüremberg condenou-o por crimes de preparação de uma guerra e crimes contra a paz.

 Rudolf Hess, o homem que fez um vôo épico pela paz
Preso por Churchill, teve sua vida perdida na cadeia como criminoso de guerra

Terminada a guerra, os “aliados” construíram a base de um mundo de terror que matou dezenas de milhões de indivíduos, tanto pelo fortalecimento do comunismo em escala mundial através de Estados fantoches sob o mando de Stálin e Mao, subjugando e dilacerando o tecido social desses países, como pela exportação de uma ideologia que se espalhou como um vírus planetário que, como tal, colocou o mundo sob a sombra da aniquilação nuclear (a crise dos mísseis cubanos é o mais bizarro dos exemplos), guerras civis e conflitos internos regionais.

A Europa e a URSS no pós WWII

Buracodoido pescou na net dois excelentes documentários que fazemos questão de compartilhar. A II Guerra Mundial foi uma obra construída pelos EUA e a Inglaterra e não acabou em 1945, mas tão somente com o fim do comunismo simbolizado pela queda do muro de Berlim em 1989.

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